Imagem pinçada do site: www.jucamartins.com/antologia/foto05.html
Lamentando a sorte do Sertão e do Sertanejo, escrevi:
Olho pro meu Sertão
Agora mais ressequido
A paisagem acinzentada
E o povo bem mais sofrido
No semblante já demonstra
O coração dolorido
Casas de portas fechadas
Na Zona Rural se vê
Seus donos em desespero
Em melhoras já não crê
Chorando, pede a Jesus
Que uma solução lhe dê
A terra que tanto ama
É obrigado a deixar
Porque a seca malvada
Não pode mais suportar
E sua sobrevivência
Sai no mundo a procurar
Em estado de miséria
Fica a família a penar
Pedindo de porta em porta
As sobras pra alimentar
Os seis ou oito filhos
Que ficaram a mendigar
Alguns em nome de Deus
Lhe dão o pão, com prazer
Outros dizem desaforos
E lhe botam pra correr
Inda gritam: vagabundo,
Vai trabalhar pra comer.