ANTÔNIO PIANCÓ SOBRINHO

Antônio Piancó Sobrinho (meu pai)

Nasceu no dia 27 de dezembro de 1921, no Sítio Maniçobas, deste Município de Itapetim-PE. Perdendo seu  pai aos 13 anos, como filho mais velho, teve que assumir a responsabilidade do lar, que abrigava sua mãe e seis irmãos mais novos.

As dificuldades que enfrentou na vida, talvez tenham ajudado a torná-lo um homem de coração muito nobre.

Era um amante da vida e da família. Extremamente dedicado ao trabalho, foi um incansável batalhador. Apesar de não ter tido oportunidade de concluir qualquer grau de ensino, frequentando a escola somente até a terceira série do curso primário, era dotado de uma inteligência e habilidade invejáveis.

Os projetos que desenvolvia, as invenções que criava, dava-nos a entender que a própria vida o diplomara em exímio engenheiro.

Ligado por fortes laços de amizade a Walfredo Siqueira e a Pe. João Leite de Andrade, de quem gozava de inteira confiança, ingressou na vida pública muito cedo, tendo sido vereador e prefeito deste Município de Itapetim.

Amava esta terra e por ela sempre se deu com muita abnegação. Abraçou a vida pública com muita dignidade, jamais fez inimigos.

Como prefeito, arrancou o município para o desenvolvimento, ligando a Zona Rural à Sede através de estradas vicinais e construindo o Colégio Municipal de Itapetim, marco da sua administração, criando o ensino de 1º e 2º graus, evitando que os filhos desta terra precisassem se ausentar para concluir seus estudos em outras cidades, como acontecia anteriormente.

Da união com minha mãe, Rita Barbosa Piancó, em 1945, originou-se uma família de sete filhos: Bernadete, Lusinete, Elizabeth, Lionete, João, Fátima e Rita de Cássia.

Foi um pai exemplar. Seu maior legado foi o amor ao próximo e a união que, segundo ele, devem permanecer acima de tudo. Enquanto vivo mantinha a preocupação de nos conservar sempre juntos, ao alcance de suas mãos protetoras.

Em tudo nos passava a lição da importância de mantermos vivos nas nossas memórias aqueles que nos antecederam e, com zelo e proteção, cuidou sempre do patrimônio, que teve como patriarca o meu bisavô Serafim Piancó.

Para nós foi exemplo de vida por sua retidão, por sua simplicidade, por sua honestidade, pela amizade e lealdade que dedicava aos amigos e pela austeridade com que sempre procurou nos educar.

Um marido e um pai de família que reunia tantas qualidades, uma mente iluminada, um coração tão bondoso. Mas, infelizmente, um coração que envelhecera antes do tempo, fazendo-o partir tão cedo e levando-o de nós naquela manhã de 5 de janeiro de 1991, aos 69 anos de idade.

Sua perda foi muito difícil para nós. Perdemos o nosso baluarte, perdemos o bálsamo da família, perdemos o nosso amoroso e dedicado pai.

Durante os nove meses e que atravessou os martírios da doença, principalmente nos dois últimos meses de vida, internado no hospital UNICORDIS, na Cidade do Recife, ele nos provou a todos a grandeza do seu amor por nós e o quanto lhe pesava a separação.

Sou imensamente grata a Deus por tê-lo tido como meu pai. Ainda não me acostumei a viver sem ele. A saudade e a dor que sinto por sua ausência me fazem buscá-lo nos versos e nas rimas que me deixou como herança.

Algumas coisas que ele deixou gravadas nos nossos corações, alguns testemunhos e homenagens que lhe foram prestados por alguns amigos leais, estão presentes neste livro para que nossos filhos, nossos netos, nossos bisnetos, nossa posteridade enfim, possa conhecer e sentir a nobreza de Antônio Piancó Sobrinho, a grandeza do marido, do pai, do avô, e do amigo que ele representou para todos nós.

                            Te amo, meu pai,     

                                   Te amarei para sempre.

                                                                Fátima Piancó