Lamentando as sucessivas migrações do sertanejo para outras áreas do País, a fim de conseguir sua sobrevivência, assim escreveu meu pai, Antônio Piancó:
Parte gente todo dia
Para as capitais do Sul
Pensando num mundo azul
Repleto de fantasia
Porém a sua alegria
Termina mal tem chegado
Só o serviço pesado
No mundo inteiro lhe cabe
Só partindo é que se sabe
Como era bom ter ficado
Passa os dias ressentido
Lamentando o seu pesar
Pensando um dia voltar
Para o seu torrão querido
Com o coração partido
E o peito dilacerado
Chorando, desesperado
Pede a Deus que a dor acabe
Só partindo é que se sabe
Como era bom ter ficado.