REVENDO A CASA PATERNA

08-11-2010 23:54

 

 

 

 Quando voltei de Rio Formoso para Itapetim, observando minha casa paterna não pude evitarde fazer os seguintes versos:

 

Vôo no tempo à distância

Recordando a minha infância

Dói no tempo e bate a ânsia

Dá vontade de chorar

Ao aconchego paterno

Ao meigo colo materno

Ah! meu Deus, se fosse eterno

Meu saudoso e doce lar

 

Hoje tudo está mudado

Meu teto desmoronado

Não tenho mais ao meu lado

Meu pai que me protegia

Nem minha mãe amorosa

A minha mais bela rosa

Riqueza que um filho goza

Quando tem os dois por guia

 

Meu lar de portas fechadas

Suas janelas cerradas

Suas luzes apagadas

É cruel ver-te assim

Fazes relembrar que agora

Já não é mais como outrora

E que de ti foi-se embora

Quem mais te amava enfim

 

Sinto meus irmãos distantes

Sem a união de antes

As brigas são mais constantes

Vi muita coisa mudar

Nosso ninho foi desfeito

Não restou nem o respeito

Por quem de modo perfeito

Procurou nos educar

 

Sinto saudade e revolta

Com esta reviravolta

Muito mais por não ter volta

Tudo que amei demais

Sei que daqui para afrente

A dor será sempre ardente

E por mais que busque e tente

Ser feliz, não sou capaz.

 

Itapetim, 29/10/1997

 

 

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