PARA MINHA AVÓ

07-11-2010 03:13

 

Maria Cândida de Lima ( Conceição Piancó, in memoriam)

 

Esses foram talvez os meus primeiros versos. A tristeza pela morte da minha avó, levou-me a escrevê-los em 23 de maio de 1978:

 

I IV
Quero lembrar-me com lembranças fortes Durante os dias eu tentei ser forte
Dos meigos braços que foram suportes Não calculava que a dor da morte
Do seu jeitinho tão meigo e acolhedor Doesse tanto ao nos separar
Mas não consigo me manter na calma Você se foi, ficou tão vazio
Pois a lembrança também corta a alma Sem seu calor sinto tanto frio
Quando a lembro sofrendo de dor Já não lhe tenho pr me amparar
II V
Um pranto amargo vem molhar-me o rosto Na manhã triste que o fato ocorreu
Foi tão imenso, tão triste o desgosto Ao ouvir dizer que você morreu
Por não lhe ver novamente andar Desmoronou-se o meu coração
Minha vozinha sempre sentada Eu senti raiva quando lhe pegaram
Eu entendia que estava cansada Tão duramente e lhe colocaram
Mas eu não pude lhe fazer sarar Naquele fundo e enorme caixão
III VI
Foi torturante teu final da vida Minha vozinha, momento pior
Oh! minha santa, minha avó querida Um sofrimento, uma dor maior
Que para sempre haverei de amar Foi lhe deixar acolá sozinha
Eu fui feliz ao viver contigo Eu disse adeus a você, querida
Tua presença ficará comigo Você se foi, mas na minha vida
Até o dia que eu for te encontrar Não esquecerei de você vozinha.

 

Lusa (minha irmã), Leo (filho de Lusa) e minha avó

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