VERSOS A ESMO- ANTÔNIO PIANCÓ- UNICORDIS

10-11-2010 23:51

Internado no Hospital - UNICORDIS-RECIFE-PE- meu pai Antônio Piancó , geralmente no café da manhã, usava os guardanapos para escrever versos que lhe vinham na cabeça:

 

I -      Ser doente da cabeça

          Não deixa de ser ruim

          Porém o coração velho

          Este que atacou a mim

          Tem instinto muito mau

           E só quer ver o meu fim

 

II -      Oh! Deus sorria comigo

           Fazei esta caridade

           Chegamos à conclusão

           Que és a PURA VERDADE

           Visita aqueles da alta

           Também a necessidade

 

III -      Todo o dia o café vem

            Das seis para às seis e meia

            Hoje nem chegou às oito

            Acho que só vem a ceia

            Isso pra quem tá om fome

            Não mata, mas aperreia

 

Brincando com Dr. Vladimir Cantarelli, seu médico, que havia ido passar  o final de semana em Itamaracá, (O BRAÇO AMARRADO ERA O SORO) ele escreveu num guardanapo:

IV -     Vladimir se foi embora

           Não fez um papel bonito

           Deixou meu braço amarrado

           Esticado igual palito

           Sangra e mela minha roupa

           Mas não escutam meu grito.

 

V -       Minha vida está de um jeito

           Não há mais nada em comum

           Tá igual à refeição

           De batata e jerimum

           Mesmo enchendo a barriga

           Não sinto sabor nehum

 

VI -      A minha situação

           Não faz inveja a ninguém

           Não trabalho para mim

           Nem para os outros também

           Vivo com um parasita

           Que existe, mas não convém 

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