

Maria Cândida de Lima ( Conceição Piancó, in memoriam)
Esses foram talvez os meus primeiros versos. A tristeza pela morte da minha avó, levou-me a escrevê-los em 23 de maio de 1978:
| I | IV |
| Quero lembrar-me com lembranças fortes | Durante os dias eu tentei ser forte |
| Dos meigos braços que foram suportes | Não calculava que a dor da morte |
| Do seu jeitinho tão meigo e acolhedor | Doesse tanto ao nos separar |
| Mas não consigo me manter na calma | Você se foi, ficou tão vazio |
| Pois a lembrança também corta a alma | Sem seu calor sinto tanto frio |
| Quando a lembro sofrendo de dor | Já não lhe tenho pr me amparar |
| II | V |
| Um pranto amargo vem molhar-me o rosto | Na manhã triste que o fato ocorreu |
| Foi tão imenso, tão triste o desgosto | Ao ouvir dizer que você morreu |
| Por não lhe ver novamente andar | Desmoronou-se o meu coração |
| Minha vozinha sempre sentada | Eu senti raiva quando lhe pegaram |
| Eu entendia que estava cansada | Tão duramente e lhe colocaram |
| Mas eu não pude lhe fazer sarar | Naquele fundo e enorme caixão |
| III | VI |
| Foi torturante teu final da vida | Minha vozinha, momento pior |
| Oh! minha santa, minha avó querida | Um sofrimento, uma dor maior |
| Que para sempre haverei de amar | Foi lhe deixar acolá sozinha |
| Eu fui feliz ao viver contigo | Eu disse adeus a você, querida |
| Tua presença ficará comigo | Você se foi, mas na minha vida |
| Até o dia que eu for te encontrar | Não esquecerei de você vozinha. |
Lusa (minha irmã), Leo (filho de Lusa) e minha avó