Quero começar relembrando você, meu pai, com versos de ANTÔNIO MARINHO, estes que você mais cantou nos últimos dias de sua vida, como se você próprio estivesse a nos dizer:
Arremessado da arte
Sujeito a tristes delírios
Cópia fiel dos martírios
Da vida de Bonaparte
Ele como baluarte
Na ilha sentenciado
Eu sobre um leito deitado
A dita tudo negou
A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado
Eu por exemplo julgava
Que esta triste sorte enfinda
Roubasse esta vida linda
Mas que um pouco demorava
Cedo assim não esperava
Ser da sorte castigado
Senti o fio cortado
A transmissão não passou
A natureza tomou
Tudo quanto tinha dado.