

Ao ler os versos feitos pelo meu avô, escrevi os seguintes:
| I | V |
| Vovô, quando li seu verso | No ano de trinta e três |
| O Mundo vai de Regresso | O povo por sua vez |
| Percebi que o progresso | Já sofria a escassez |
| Inda anda devagar | Das chuvas neste Nordeste |
| Pela mesma consequência | Hoje em noventa e nove |
| Do homem sem consciência | A miséria mais comove |
| Que na sua existência | Pois na terra que não chove |
| A Deus não sabe honrar | Assola uma grande peste |
| II | VI |
| Agora o caso é mais sério | Doenças desconhecidas |
| O homem com seu mistério | Destruindo muitas vidas |
| Constrói seu próprio império | E crianças desnutridas |
| Abusa da Lei Divina | Morrendo à falta de pão |
| Se diz dono da razão | O governo indiferente |
| Isola-se numa mansão | Cada dia mais ausente |
| Põe de guarda um feroz cão | Pois só quer saber da gente |
| Quem ousa entrar, extermina | Nos tempos da eleição |
| III | VII |
| Não respeita a natureza | Só se escuta o clamor |
| Destrói a sua beleza | Do pobre, este sofredor |
| Sem se lembrar, com certeza | Cada vez mais devedor |
| Que o pai da Criação | O salário é miserável |
| Dotou-lhe de inteligência | Muitos, pela aflição |
| Porém sua irreverência | Para completar o pão |
| Tirou da vida a essência | Findam virando ladrão |
| E não merece perdão | Perigoso e implacável |
| IV | VIII |
| Armas e drogas são moda | Veja, vovô, que a vida |
| Que aos pais incomoda | Continua a ser sofrida |
| Mas o povo se acomoda | E na grande investida |
| Vendo milhões a morrer | Do nosso Pai Criador |
| Se continuar assim | Transformar num paraíso |
| A espécie terá fim | Esta terra era preciso |
| Que encontrará enfim | Antecipar o "Juízo" |
| Jesus quando aqui descer? | Retornar o Salvador. |